João Marcos

Conflito entre sócios irmãos

Colegas de trabalho repassando relatório
João Marcos Varella
João Marcos Varella

Psicólogo

Vou contar a história da minha família como tudo começou numa festa de natal.

Sou José, 23 anos, sou economista e filho do Luís de 55 anos. Meu pai tem um irmão, Mário, de 53 anos e essa história começa com eles.

Há 20 anos os dois decidiram abrir um negócio. Tiveram carreiras de sucesso em grandes empresas fabricantes de produtos de consumo.

A experiência deles e o conhecimento do mercado de consumo fortaleceu a ideia de que teriam sucesso com uma distribuidora. O foco seria principalmente produtos de empresas distantes de São Paulo com fraco posicionamento neste mercado.

De fato foi um sucesso. Meu pai pode proporcionar um bom padrão de vida para mim, para minha mãe e meu irmão.

Da mesma forma, meu tio Mário também atendeu sua família. Minha tia e meus primos vivem bem, hoje todos formados e com carreiras encaminhadas.

Mário acumulou a gestão financeira e logística. Luís a área comercial, mas eles assumiram a operação desde o início da empresa e mesmo com o crescimento não delegaram as decisões sobre os procedimentos do dia a dia.

Ao longo do tempo, apesar do sucesso, os dois foram acumulando divergências.

Essa circunstância de conflitos operacionais que ocorrem em todas as empresas afetaram as relações pessoais. Questões rotineiras como crédito versus vendas, cliente reclamam da entrega, estoque versus venda, se tornaram geradoras de conflitos entre os irmãos.

Houve um momento de clímax do conflito. Decidiram que não podiam mais continuar como sócios porque a situação estava muito estressante.

Porém, nem meu pai nem meu tio tinham recursos para comprar a parte do outro e mais: os dois queriam ficar com a empresa.

Os filhos já estavam adultos e eles viam a empresa como a preservação de um negócio de sucesso e continuidade de segurança para a nova geração.

Diante desse conflito decidiram procurar ajuda para um processo de mediação de conflito especializado para uma família empresária.

Para nós da família, que estávamos de fora, a solução parecia simples. Começando com a saída deles das funções operacionais. Mas exixtiam outras objeções graves para um acordo.

De fato, quando começou o processo de mediação os dois concordaram em colocar um gestor para as respectivas equipes, de forma que as questões operacionais fossem resolvidas nesse âmbito. Mário continuou assinando os cheques e Luís fazendo contatos com os maiores clientes.

Aí ficou claro que a vida deles era preenchida com os problemas do dia a dia e que quando afastados da operação não sabiam exatamente o que fazer.

É engraçado falar assim do meu pai que nunca parou de trabalhar intensamente. Descobriram que nunca deram a devida atenção para o planejamento estratégico, orçamento, novas oportunidades ou desenvolvimento pessoal e da equipe.

Foi quando meu pai e o meu tio chamaram os filhos para participar do processo. Tive a oportunidade de avaliar com eles a situação da empresa.

A empresa atuou no passado num ritmo de sucesso, mas estacionou e seu futuro nunca foi alvo de reflexão, apenas as expectativas de que tudo continuasse como sempre foi. Existia um risco que não era percebido.

Nós, filhos, assistimos a grande mudança no comportamento deles. Dedicados aos novos desafios e longe dos conflitos operacionais restabeleceram o vínculo de irmãos com objetivos comerciais compatíveis.

Também puderam reconhecer seus diferentes interesses pessoais e planos familiares distintos permitindo um grau de satisfação em cada um dos núcleos familiares e apoio às realizações da nova geração.

Fiquei muito feliz com o resultado, não apenas por eles ou pela empresa, mas pela oportunidade que nós, da nova geração tivemos e nosso natal nunca mais terá problemas.

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