João Marcos

Crise na Sucessão

João Marcos Varella
João Marcos Varella

Psicólogo

Paulo é o filho mais velho. Sempre foi dedicado aos estudos. Fez um curso de engenharia com brilhantismo e logo entrou para uma pós graduação em negócios.

Seu pai, Ângelo, sempre esteve satisfeito com Paulo porque ele atendeu suas expectativas de que ele seria seu sucessor na direção dos negócios.

Sua filha Fernanda, por outro lado, fez faculdade de Administração sem grande destaque. Dedicava-se mais à prática de handball e foi campeã juvenil, mesmo não tendo um porte físico para uma prática tão exigente, mas se destacou numa posição lateral com sua agilidade e velocidade.

Os anos passaram e chegou a hora dos filhos assumirem a direção dos negócios.

Paulo fez boas contribuições para o planejamento, porém para  frustração de Ângelo, demonstrou pouca habilidade para as decisões e práticas de gestão.

A surpresa foi Fernanda, muito flexível e bem relacionada, muita facilidade para conduzir negociações e no exercício de liderança.

Foi muito difícil para Ângelo admitir que suas expectativas de sucessão revelaram-se equivocadas. A realidade mostrou de fato que Paulo é muito competente na visão do mercado, no planejamento estratégico, o que é muito importante para os negócios.

Seus estudos foram muito eficazes para qualificá-lo para orientar o futuro da empresa. Entretanto ele revelou limitações comportamentais para liderar, negociar e envolver-se com as questões e decisões necessárias para a gestão de um negócio.

Por outro lado, Ângelo ficou muito satisfeito por poder delegar para Fernanda a maior parte das suas obrigações no comando da empresa. Ela demonstrou desenvoltura para questões que com frequência o estressavam.

Ângelo agora tem um problema. Foram anos que suas expectativas de sucessão com relação ao Paulo o que criou, naturalmente, a expectativa do Paulo de que ele seria o sucessor.

Fernanda nem imagina que seu desempenho provocou uma nova visão de seu potencial na empresa, mas percebe que sua atuação aliviou a carga de responsabilidades de seu pai que está desejoso de diminuir sua dedicação aos negócios.

Ele não sabe como apresentar a seus filhos sua mudança de visão sobre a participação dos filhos na empresa.

Ângelo pediu apoio a um especialista em Governança Familiar.

Paulo revelou que a expectativa de assumir o lugar do pai sempre foi uma grande responsabilidade que ele buscou atender pela dedicação aos estudos. Era assim que ele sentia uma obrigação com a família.

Revelou que se sente realizado no planejamento, no acompanhamento da tecnologia e do mercado, porém não se sente atraído para a gestão e a dinâmica das decisões contínuas do dia a dia.

Mostrou-se ainda satisfeito por não precisar interagir com tanta gente e poder refletir sobre o que ele julga realmente importante.

Fernanda contou que sempre teve muitos amigos, que gostava da integração da equipe na qual foi campeã, que gosta de se relacionar com pessoas.

Sente-se feliz por aliviar o pai dos encargos do dia a dia e que isso não a estressa, pelo contrário, gosta do desafio e do dinamismo das questões que surgem.

Paulo e Fernanda estavam bem adaptados aos papéis que haviam assumido na empresa. A dificuldade do Ângelo era como comunicar seu afastamento da presidência e que seria substituído pela Fernanda.

A metodologia de Governança Familiar concluiu o projeto e Ângelo acompanha nas reuniões mensais o andamento dos negócios agora presididos pela Fernanda com o apoio do Paulo.

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